A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
O
Cristianismo Não É Intolerante?
A menos que
estejamos falando sobre evolução da linguagem, é uma boa ideia compreender as
palavras antes de usá-la, especialmente quando podemos estar emocionalmente
envolvidos. Uma palavra comumente – e equivocadamente – usada para descrever os
cristãos é intolerante.
Naturalmente algumas pessoas irritadiças e belicosas dizem ser cristãs, mas negam esta declaração por suas vidas. O verdadeiro cristianismo não deve ser equiparado a abusos cometidos em nome de Cristo. Pense em Madre Tereza, e não na inquisição! Sem comprometer as suas convicções, todos os cristãos deveriam – na medida do possível – viver em paz com todos (Rm 12, 18).
Hoje em dia,
as pessoas supõem que tolerância
significa “aceitar todas as teorias como verdadeiras”. E como os cristãos
genuínos não fazem isto, são acusados de intolerância.
Sempre que você ouvir cristãos sendo
criticados como sendo intolerantes,
pergunte: “O que você quer dizer com ‘intolerância’?” A verdadeira
tolerância não significa aceitar todas as crenças – as boas e as ridículas –
como legítimas. Afinal, aquele que discorda dos cristãos, não aceita o cristianismo
e pensam que os cristãos estão errados! Historicamente, tolerância significa
suportar o que você considera desagradável ou falso. Você suporta os estranhos
que, em um avião, roncam ou fazem ruídos ao beberem café. De maneira similar,
você deve suportar as crenças de outra pessoa sem recriminá-la.
A tolerância
diferencia crenças e pessoas. Embora
discordando de certas crenças, podemos exibir respeitos por pessoas que têm
essas crenças, uma vez que todos os humanos são criados à imagem e semelhança
de Deus, e merecem respeito inerentemente. Os cristãos podem concordar com não
cristãos sobre, digamos, certas verdades éticas e descobertas científicas. Toda
verdade pertence a Deus. A verdade é mais básica do que a tolerância, uma vez
que a própria tolerância pressupõe a crença na verdade.
A tolerância
opera em níveis diferentes. O que pode
ser tolerado em uma área pode não ser tolerado em outra. Eu tolero certos
comportamentos em outras crianças que não tolero nos meus próprios filhos. Os
cristãos não devem tolerar adultério dentro da igreja (intolerância
eclesiástica), mas isso não significa que devemos rejeitar a pessoa do adultério
(intolerância pessoal).
Ao condenar a
arrogância o cristianismo enfatiza a graça e a humildade. Alguns “cristãos”
pensam que são superiores aos não cristãos, mas isso infringe o espírito do evangelho.
Nós recebemos, gratuitamente, o Dom da Salvação de Deus, e somos como mendigos
que vivem a outros mendigos onde podem encontrar pão. Diferentemente do gerente
de algum clube exclusivo, Deus convida a todos, amorosamente, para participar
da sua família – e não à custa da verdade.
Por: Pb. Cícero Góis
Referência: Paul Copan
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