BAAIS CONTEMPORÂNEOS

A paz do Senhor, irmãos.
*    *    *


Baal era a divindade cananéia mais cultuada na época vetero-testamentária. Para os cananéus era o "senhor" da terra, benemérito de todas as bênçãos que advinham à agricultura. Seu nome poderia variar conforme a localidade, sendo a origem de uma gama de outros atributos que os baalitas lhe davam.

Israel, a nação monoteísta, escolhida por Yaveh para ser separada, já estabelecida na venturosa terra que manava leite e mel, de repente se viu ladeada por toda espécie deuses baalins: postes e altares construídos por seus vizinhos místicos, ávidos no cultos repletos de orgias sexuais, na tentativa de vitaminar o suposto poder da divindade local.

É que os cananeus acreditavam que a fecundidade da terra estava sob os desígnios de Baal que, uma vez estimulado por meio de toda forma de prostituição, abriria as comportas do céu, derramaria chuvas, e garantiria o sucesso da lavoura.

O mais trágico de tudo é que, desprezando todos os oráculos proféticos e, principalmente a Carta Magna Mosaica que discorria sobre a proibição à idolatria, lá estava Israel, o povo eleito, em frenético flerte com esse culto pagão, acreditando, cegamente, que poderiam aceitar os supostos favores rurais do marido de Astarote e ainda assim manter a comunhão com o Deus de Abraão.

Mas não havia nenhuma chance de ecumenismo! A bela plantação dos filisteus de forma alguma poderia suscitar a inveja do povo de Deus, e esse Deus tinha ciúme do Seu povo, jamais permitiria ser mais um no coração de Israel. Deus era (é) (e sempre será) tão grande que não poderia dividir espaço com mais ninguém, ou era APENAS ELE ou então era qualquer outro! Não cabia (não cabe) em lugares já habitados.

Já o mórbido baal nunca despertou para exigir fidelidade dos baalitas, nunca supriu aos seu devotos e não pôde impedir que a mão do Deus dos Céus por tantas ocasiões ferisse a terra com escassez. E nem poderia impedir, porque era apenas a patética imagem de um boi, não tendo vontades, emoções, poderes e muitos menos alguma divindade!

Israel aprendeu a lição a duras penas. Mas nunca deixou de ficar oscilante toda vez que um baalita estalava os dedos. Foi por isso que muitos anos depois Jesus precisou lembrar que o principal de todos mandamentos consistia na adoração exclusiva a Deus sobre todas as coisas e com todas as forças, não devendo sobrar espaço para Baal, para Mamom, ou qualquer outro deus, em qualquer altar ou ocasião.

E o mandamento também chegou à igreja contemporânea. Deus continua sendo o Senhor dos céus. O baal histórico virou figura do portfólio antropológico, mas todos os dias os olhos de Deus ainda passeiam procurando adoradores fiéis e quão corriqueiramente flagram altares tão abomináveis ou até mais perversos no coração dos seus filhos. São os altares construídos aos deuses pós-modernos!

E eis a triste quimera no coração da Igreja titubeante: 

Amor ao poder;  
Amor mais à obra de Deus do que ao Deus da obra;
Amor mais às bênçãos do que ao Abençoador;
Amor mais ao próprio corpo do que o apreço à devida santidade no Corpo de Cristo; 
Amor mais ao dinheiro do que ao Dono do Ouro e da Prata;
Amor mais aos ídolos futebolísticos, hollywoodianos, novelescos e fonográficos do que ao Filho de Deus que fez história no alto da cruz. 

É que esse Deus é tão grande que não consegue dividir espaço em coração algum com Neymar, com Suzana Vieira, com Michel Teló, com Roberto Carlos, com Gilson Hermsdorff ou com qualquer outro símbolo biótico ou abiótico.

Por fim, há o mesmo apelo arcaico do Yaveh dos hebreus, hoje soando através do convite incansável do Espírito Santo à sua Igreja, o Israel espiritual, a perguntar: 

A quem adorareis? A Deus ou aos Baais Contemporâneos?

No mais sublime Ágape,
 
Gilson Hdorff

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