O CALVÁRIO
E eu (Paulo), irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o
testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.
Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.
1 Coríntios 2:1-2
Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.
1 Coríntios 2:1-2
Alguns
falam do pecado como uma influência, mas a bíblia fala dele como escravidão
(Rm 6:6). Quando outros dizem que o pecado distorce a perspectiva do homem, a
bíblia fala que ele cega-lhe os olhos e fecha-lhe os ouvidos. O homem não está
simplesmente doente: ele está MORTO
em delitos e pecados (Efésios 2:1). “Em
mim não habita bem nenhum”, diz o apóstolo Paulo (Romanos 7;18). O homem
não é apenas pequeno, como criatura, ele é degradado por causa do pecado. O
pecado nos deixou numa condição desesperançada e irremediável, cegos,
escravizados e mortos.
É
óbvio que o homem, numa condição tal como a descrita acima, está
desesperadamente necessitado de um Libertador, de um Salvador para resgatá-lo.
A Salvação é um Dom que Cristo conquistou. Ele mesmo conquistou e nos deu por
Sua livre e espontânea vontade e não por alguma coisa boa que porventura
existisse em nós (Jo 10:17,18), por isso, toda
glória a Cristo, e nenhuma glória ao homem.
A
bíblia diz que o Evangelho é poder de Deus para salvação de todo que crê (Rm
1:16), então, para que haja salvação esse Evangelho deve ser anunciado. Por
isso digo, com toda certeza, que nenhuma igreja jamais terá poder de Deus se a
mensagem da cruz não for continuamente professada. Faço das palavras de
Ryle as minhas, sempre que a igreja retém a mensagem da Cruz ou coloca qualquer
outra coisa no principal lugar em que o Cristo deveria estar, a partir desse
momento, tal igreja deixa de ser útil. Sem
o Cristo crucificado no púlpito, a igreja é um pouco melhor do que uma carcaça
morta, um poço sem água, uma figueira que não dá frutos, um farol sem fogo, um
conforto para pagãos, uma cama quente para o formalismo, uma alegria para o
diabo e uma ofensa a Deus.
É
por isso que muitos cultos têm sido reduzidos a pouco mais que “seminários
motivacionais” de AUTOAJUDA cheios
de músicas e sermões “você consegue”, “você é vencedor”, “tome posse disso e
daquilo”, “olhe para seu irmão e diga...”, “profetize a sua vitória”. O que precisamos
é de mensagem de AJUDA DO ALTO que é
muito diferente da de autoajuda! Ela apresenta o Senhor Jesus e enfatiza a sua
obra, estimula os ouvintes a se arrependerem de seus pecados e glorificar a
Cristo pelos seus feitos poderosos. Ela é cristocêntrica (Cristo é o centro), e
não antropocêntrica (o ser humano é o centro). Alguns cultos de hoje precisam
desesperadamente reencontrar o senso da grandeza de Deus!
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do
Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no
seu reino. Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em
que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão
para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.” (2
Timóteo 4:1-3)
Diante
disso, quero expor a vocês parte de um sermão escrito por um ministro anglicano,
John Charles Ryle (1816-1900). São sábias palavras sobre a Pessoa do nosso
glorioso e salvador Jesus Cristo.
Mensagem escrita na metade do século XIX,
por Jonh Charles Ryle.
É bom sermos sempre lembrados de como Jesus foi
abandonado nas mãos de homens maus, como eles O condenaram com o mais injusto
julgamento, como cuspiram nEle, açoitaram-nO, espancaram-nO, e coroaram-nO com
espinhos, como eles O levaram adiante como um cordeiro para o abatedouro, sem
murmúrio ou resistência, como pressionaram os pregos contra Suas mãos e Seus pés,
e o deixaram no Calvário entre dois ladrões, como o perfuraram com uma lança,
zombaram dEle e de Seu sofrimento, e O deixaram pendurado ali, nu e sangrando
até morrer. De todas essas coisas, eu digo, é ótimo relembrar. Não foi por nada
que a crucificação foi descrita quatro vezes no Novo Testamento. Existem
pouquíssimos assuntos os quais todos os quatro escritores do Evangelho
descreveram: de modo geral, se Mateus, Marcos e Lucas contam algo sobre a
história do Senhor, João não conta; mas existe uma coisa que todos quatro nos
dão inteiramente, e é a história da cruz. Este é um fato narrado, não omitido.
Ele precisava carregar nossos pecados. Esse foi o
único pagamento por nossos débitos que Deus aceitaria; esse foi o maravilhoso
sacrifício em que dependia nossa vida eterna. Se Cristo não tivesse ido à cruz
e sofrido no nosso lugar – o justo pelo injusto – não haveria uma faísca de
esperança para nós; haveria uma imensa baía entre nós e Deus, onde nenhum homem
jamais passaria.
A cruz foi necessária,
a fim de que o Seu poder fosse a redenção para o pecado.
Quanto mais mantenho a cruz na minha mente, maior a
plenitude que percebo nela; quanto mais discorro sobre a crucificação nos meus
pensamentos, mais fico satisfeito por ver que há mais para se aprender no Calvário
do que em qualquer outro lugar do mundo.
Saberia eu o
grau e a grandeza do amor de Deus Pai para com um mundo pecador?
Onde
poderia observar isso de forma mais clara? Deveria olhar para o Seu glorioso
sol, brilhando diariamente para o ingrato e malvado? Deveria eu olhar para a
semente e sua colheita, retornando regularmente numa sequência anual? Oh, não!
Não consigo encontrar maior prova de amor do que essa!
Eu olho para a cruz de Cristo: e vejo nela não a causa do amor do Pai,
mas sua consequência.
Ali eu vejo que Deus tanto amou esse mundo
pecaminoso, que deu o Seu único, primogênito, Filho – deu-o para sofrer e
morrer – para que qualquer pessoa que nEle cresse, não perecesse, mas tivesse a
vida eterna. Eu sei que o Pai nos
ama, porque por nós, Ele não negou se Filho, seu único Filho. Ah, leitor,
algumas vezes imagino que Deus o Pai é muito grande e santo para se importar
com criaturas tão miseráveis e corruptas como nós: mas não posso, não devo me
atrever a pensar isso quando olho para o sofrimento de Cristo no Calvário.
Saberia eu o
quanto o pecado é depravado e abominável na visão de Deus?
Onde posso ver
isso de forma mais evidente? Deveria eu voltar à história do dilúvio e ler como
o pecado afogou o mundo? Deveria eu ir à praia do Mar Morto e descobrir qual
pecado provocou Sodoma e Gomorra? Deveria eu voltar aos judeus sem rumo, e ver
como o pecado os espalhou pela face da terra? Não: posso encontrar uma prova
ainda mais clara: eu olho para o que aconteceu no Calvário. Lá eu vejo que o
pecado é tão obscuro e condenável que nada, a não ser o sangue do Filho de
Deus, poderia lavá-lo;
Lá eu vejo que o
pecado me separou tanto do meu santo Criador, que nem mesmo os anjos no céu
poderiam fazer a paz entre nós: nada poderia nos reconciliar, apenas a morte de
Cristo.
Ah, se eu escutasse a conversa miserável do homem orgulhoso,
poderia imaginar, talvez, que o pecado não fosse tão pecaminoso; mas não posso
pensar tão pouco sobre ele, quando olho para o Calvário.
Saberia eu a
plenitude e a perfeição da salvação que Deus providenciou aos pecadores?
Onde posso vê-la mais distintamente? Devo eu ir às declarações gerais na Bíblia
sobre a misericórdia de Deus? Devo descansar na usual verdade de que Deus é um
Deus de amor? Oh, não! Eu olharei para a crucificação no Calvário. Não encontro
outra evidência como essa: não encontro conforto para uma consciência aflita e
um coração atribulado como a visão de Jesus morrendo por mim na cruz maldita.
Lá eu vejo que um pagamento completo foi
feito por todos os meus pecados horríveis.
A maldição daquela lei que
quebrei, derramou-se sobre Um, que lá sofreu no meu lugar; a exigência daquela
lei já foi satisfeita: o pagamento foi feito por mim até o último centavo. Ele
não será exigido uma segunda vez. Ah, eu devo algumas vezes imaginar que era
muito malvado para ser perdoado; meu próprio coração às vezes sussurra que sou
muito ruim para ser salvo. Mas eu sei que isso é tudo minha incredulidade boba.
Li uma resposta às minhas dúvidas no sangue derramado no Calvário. Eu tenho
certeza de que há um caminho para o céu mesmo para o mais vilão dos homens,
quando olho para a cruz.
No calvário vejo que Jesus deu a si mesmo por mim, não
apenas para redimir-me das iniqüidades, mas também para me purificar, e
fazer-me uma pessoa singular, zelosa das boas obras. Ele perfurou meus pecados
no seu próprio corpo na cruz, para que eu morresse para o pecado e vivesse na
retidão.
Ah, leitor, não há nada tão
purificador quanto uma visão clara da cruz de Cristo! Ela crucifica o mundo em
nós, e nós no mundo.
Como podemos amar o pecado quando nos lembramos que
foi por causa dele que Jesus morreu? (Rm 6:2)
E agora, leitor, você se admirará quando disser que
todos os cristãos devem dar mais importância à crucificação? Você não irá agora
se admirar que alguém possa escutar sobre o sofrimento de Cristo no Calvário e
permanecer imóvel? Eu afirmo não conhecer maior prova da depravação humana do
que as centenas dos auto-intitulados cristãos que não veem nada de gracioso na
cruz. Nossos corações podem muito bem serem chamados duros, os olhos de nossa
mente, cegos, nossa natureza por completo, doença, nós podemos todos sermos
chamados mortos, quando a cruz de Cristo é escutada e, mesmo assim,
negligenciada. Certamente podemos pegar as palavras do profeta e dizer “Escute, oh, céus, e fiquem pasmos, oh,
terra: algo maravilhoso e terrível foi feito”: Cristo foi crucificado pelos
pecadores e, mesmo assim, muitos cristãos vivem como se Ele nunca tivesse sido
crucificado!
Assistam a esse vídeo, muito
interessante!
Que Deus em Cristo vos abençoe!
Por: Lilian Alexandre
A Paz do Senhor,
ResponderExcluirRealmente não damos o devido valor ao sacrifício eterno praticado por aquele que não tinha mácula ou engano, aquele perfeito que padeceu para que fossemos perdoados. Bela mensagem.
Que Deus abençoe.
Anderson Dias Pereira Fonseca