UM PRESENTE DOS MAIS CAROS: A JUSTIFICAÇÃO
Sendo
justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
Jesus. (Romanos 3.24)
As Escrituras nos ensinam que Deus é
um Deus justo. Suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos.
Ele é um Deus de fidelidade que não perverterá o que é correto. Sendo justo,
Ele não pode ser moralmente neutro ou apático. Ele ama a justiça e odeia o mal.
Seus olhos são puros demais para aprovar o mal e Ele não pode olhar para a
perversidade com favor. Ele estabeleceu seu trono para julgamento e Ele julgará
o mundo em retidão. Ele é um Deus que sente indignação todos os dias. Se um
homem não se arrepende, Ele afia sua espada e apronta seu arco para o
julgamento (Salmo
7.11-12). O testemunho
da Escritura a respeito da justiça de Deus e do mal do homem nos leva a um
grande problema teológico e moral: Como o homem pecaminoso pode permanecer
diante da justiça de Deus? Como pode um Deus justo associar-se com homens
perversos? O salmista descreveu o problema desta forma: “Quem subirá ao monte
do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e
puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente.
Este obterá do SENHOR a bênção e a justiça do Deus da sua salvação” (Salmo
24.3-5).
Ser justo diante de Deus requer
absoluta ou completa perfeição moral. Cada pensamento, palavra e ação desde o
momento do nascimento até o momento da morte devem ser encontrados em perfeita
conformidade com a natureza e a vontade de Deus. A mais leve falha ou o menor
desvio desse padrão resulta em uma imediata desqualificação. Nós só precisamos
olhar para o pecado e a queda de Adão para aprender que há um grande rigor e
severidade na justiça de Deus. Por essa razão, quando o moralista pergunta: “O
que eu devo fazer para ser salvo?”, nós devemos colocar diante dele a
exigência da perfeita obediência. Se, pela graça de Deus, ele se frustrar e for
trazido ao desespero, então nós o apontamos para Cristo.
O homem que busca ganhar aprovação
diante de Deus é a mais patética e incorrigível de todas as criaturas. Desde a
queda de Adão, nenhum homem jamais cumpriu as exigências justas de Deus. Nossas
mãos são sujas e nossos corações são impuros (Jeremias
17.9.). Nós corremos em
direção à falsidade desde o ventre materno, e do que abunda em nosso coração,
falamos de coisas enganosas (Salmo 58.3). Não temos força ou direito de permanecer
diante dele. Nós desqualificamos a nós mesmos completamente. Se qualquer coisa
deve ser feita para consertar tal brecha, Deus deve fazê-la. A justificação é
um presente dado por sua graça (Romanos 3.24).
A palavra justificado vem do
verbo grego dikaióo, que significa provar ou declarar alguém como justo,
ou como ele deveria ser. No contexto da Escritura e da doutrina da salvação, a
palavra justificado é uma declaração forense ou legal. O homem que crê
em Deus é justificado, isto é, a justiça foi creditada em sua conta. Ele é
reconhecido ou declarado justo diante de Deus, e Deus o trata como tal. Em sua
carta à igreja de Roma, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois que diz a Escritura?
‘Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça’” (Romanos
4.3).
É importante notar que o termo justificado
não significa que um homem se torna justo no momento que ele crê em Deus. Se
fosse assim, aquele que crê seria transformado em um ser perfeitamente justo
que não mais peca e é até mesmo incapaz de fazê-lo. O termo também não
significa que o homem que crê é infundido com uma graça especial que o capacita
a viver uma vida mais justa, e assim ganhar aprovação diante de Deus com base
em suas obras. Se fosse assim, então a salvação não seria mais pela fé, e a
graça não seria mais graça (Romanos 11.6). A Escritura e as mais úteis confissões
e ministros ao longo da história da igreja testificam que a justificação é uma
posição legal diante do trono de Deus. O homem que crê no testemunho de Deus a
respeito de seu Filho é perdoado por todos os seus pecados e é declarado justo
diante do trono de julgamento de Deus. Os que Deus chama eficazmente, também
livremente os justifica. Esta justificação não consiste em Deus infundir neles
a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas
pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles
operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo [...]
imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo”.
Extraído do livro 17º
capítulo do livro “O Poder e a Mensagem do Evangelho” de Paul Washer.
Disponível em:
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/08/um-presente-dos-mais-caros-paul-washer-1726/
Lilian Alexandre
A Paz do Senhor,
ResponderExcluirMuito bom este ensinamento, que possamos declarar Cristo em nossa vida, reconhecendo nossos erros, para que nosso Deus não njos ache em falta.
Que Deus os abençoe.
Anderson Dias Pereira Fonseca.