A MÃO QUE BALANÇA O UNIVERSO
Era o terceiro ano do reinado de
Xerxes I, que desde 486 aC subira ao trono do império persa, hegemônico
desde a conquista da Babilônia. Cento e vinte e sete províncias sob o
cetro do imperador,
que desde Susã ditava as regras a serem seguidas por todos os súditos
do reino.
E nesse reino cosmopolita havia
um povo estranho. Gente de costumes diferentes, saudosos das harpas
penduradas nos salgueiros, exilados de Sião, vivendo errantes,
vulneráveis à xenofobia de implacáveis
algozes.
E dentre os algozes, o agagita
Hamã se sobressaía. Amalequita, descendente do rei Agague, tornou-se
logo o grão- ministro do império. Amante de poder e obcecado à imagem de
ver seus transeuntes
em sinal de veneração aos seus pés, como se fosse para a Persia quase
um semi-deus.
Ocorre que o Deus que os
estranhos judeus serviam tinha outro nome e não dividia a venereção que
lhe é devida com potentado algum. O velho Mardoqueu sabia disso e não
estava disposto a pôr sua
fidelidade ao seu Deus a prêmio.
Um prêmio! Era isso que agora
significava ao enfurecido Hamã a cabeça do irreverente judeu. Usaria das
mais sutis artimanhas para convencer o imperador ao inexorável
genocídio dos indesejados
judeus, até transformá-los em cinzas.
Mas cinza mesmo foi o ingrediente
de que a cabeça de todos os judeus se revestiu num lamento nacional à
"Providência". Suplicariam o favor do Deus de seus antepassados, ainda
que menção alguma
tivesse sido feita ao Seu nome, ou sinal algum havia dado Ele de que
assistia a tudo e velava por Seu povo naquela insólita sorte.
E foi lançando sorte que o vilão
marcou o dia 13 de adar como a data do extermínio. Seria feriado
nacional. Morreria desde o mais infame até o mais célebre entre o povo
dos costumes diferentes,
reticentes em aceitar outro deus além de Hamã.
Mas este Hamã nem de perto podia
sonhar que a "Providência" já havia desenhado um desfecho nada glorioso
para o insultador dos Seus eleitos. E Seu instrumento escondia a
identidade de Hadassa,
mas estava lá, içada ao trono para ser peça fundamental no tabuleiro
dAquele cuja voz o escrito do Livro não ouviu.
Mas o que se ouviu foi o
desespero repentino do vilão, morto na forca preparada à Mardoqueu. O
cetro de Assuero em prol de Ester era, antes disso, o cetro de Deus dos
hebreus, dando livramento
ao povo do qual futuramente viria o Salvador.
E o poder salvador desse Deus
nunca mais saiu da memória de Ester, Mardoqueu, ou de qualquer judeu ao
longo da história. E entrou no cânon o exemplo a todos os santos
contemporâneos de que ainda
que a voz de Deus não esteja audível, a Sua mão balança o Universo, se
move em prol dos que O esperam.
No mais sublime Agape,
Gilson Hdorff
IEAD - Madureira
Itapevi/SP
IEAD - Madureira
Itapevi/SP
A paz...
ResponderExcluirGilson, linda mensagem...
As mãos Deus controlam tudo e todos, pois o poder está em suas mãos, e por mais que pensamos que Ele não virá ao nosso socorro, Ele cria meios e situações para trabalhar ao nosso favor...
Abraços...
Att...
Everton Estela